PCI: junto à comunidade para solução de conflitos
O programa foi implantado em maio deste ano e já mostra resultados
 
 
Edmilson Lelo
Principal foco do PCI são as escolas e áreas comerciais
A saída da viatura da base da Guarda Civil Municipal (GCM), às 7 horas da manhã, no bairro Quietude, é sempre imprevisível. Durante as rondas do Patrulhamento Comunitário Integrado (PCI), as equipes da Guarda Civil Municipal de Praia Grande podem se deparar com as mais diversas situações, mas o objetivo é sempre o mesmo: a solução de conflitos sociais e a diminuição da criminalidade.

O principal foco do PCI são as escolas e áreas comerciais de bairros como Forte, Boqueirão, Guilhermina, Aviação e Ocian. A presença constante de viaturas da Guarda Civil Municipal, circulando por ruas e avenidas, possibilita uma aproximação com a comunidade que antes da implantação do programa, em maio deste ano, não era tão evidente. De acordo com os GCMs Vanessa Lombardi Alboredo e Paulo Roberto Souza Melo, que compõem uma das equipes do programa, estar mais próximo de alunos, pais, comerciantes e da comunidade em geral facilita o acesso à informação. “Fica mais fácil saber o que há de errado no bairro, quais são os problemas, e como solucioná-los”, explicou Alboredo.

Ela contou que determinada vez, uma arma foi localizada nas proximidades de uma escola após uma denúncia feita por uma pessoa do bairro durante uma conversa informal na porta da unidade de ensino. “Graças a essa proximidade que o trabalho proporciona”, frisou a guarda.

No trajeto, com as janelas abertas para que as atenções estejam totalmente voltadas ao que acontece nas ruas, a dupla fica atenta também ao rádio da viatura, que recebe informações transmitidas da Central de Operações (COPE) a todas as viaturas da GCM.

Nas unidades de ensino, o ideal é que a visita seja realizada nos horários de entrada ou saída dos alunos, o que nem sempre é possível acontecer devido à demanda, conforme observou Melo. “Mas pelo menos uma vez no dia, nós passamos pra saber como está a situação e sempre lembrar que no caso de alguma ocorrência a Guarda pode ser acionada pelo 199”.

A dona de casa Francisca Romeu Viana, de 42 anos, moradora do bairro Glória, busca o filho de 11 anos na escola municipal Roberto Mário Santini, no Guilhermina, e conta que a presença dos guardas na porta da escola dá uma sensação maior de segurança. “Claro que, por nós, eles ficariam o dia todo. Quanto mais tempo, melhor”.

Essa mesma sensação se repete entre os comerciantes. Na Avenida Costa e Silva, por exemplo, um problema que vinha incomodando muito os proprietários de lojas e quem passava por um dos principais corredores comerciais da Cidade, eram os moradores de rua. “Passamos a fazer um trabalho de orientação, pois não podemos obrigá-los a ir para um abrigo, por exemplo, explica Mello, reforçando que caso um comerciante precise do apoio da GCM também pode ligar para o 199.

Nos casos de atendimento de ocorrência, a guarnição deve seguir um procedimento de preenchimento do boletim de ocorrência. Os dados são sempre encaminhados à Central da Guarda Civil Municipal.O mesmo cuidado é necessário com relação ao percurso realizado pelas equipes e às paradas nas escolas, por exemplo. “Tudo é documentado para que seja possível apurar eventuais irregularidades ou reclamação de um morador”, enfatizou Melo.

O rigor está presente durante todo o patrulhamento, onde até a velocidade das viaturas é padronizada, não podendo passar de 15 ou 20 quilômetros por hora em ruas e avenidas. “É um procedimento padrão que permite que consigamos ver melhor os detalhes e facilita o acionamento de um popular no caso de uma ocorrência”.

Indo ao encontro do objetivo do programa, a aproximação com os moradores de algumas ruas acaba sendo uma consequência natural. O casal Valdir Fabbris Bellacosa e Amélia Bellacosa exemplifica bem isso e elogia o trabalho da GCM.

Morador da Rua Haiti, Valdir conta que, antes da implantação do PCI no local, os furtos eram frequentes, principalmente nas casas de veraneio. “Agora percebemos que isso diminuiu bastante. Uma viatura passa com frequêcia por aqui e estamos sempre em contato com os guardas. E isso é muito importante. Os marginais já sabem disso e nem agem mais por aqui”.

De acordo com o comando da GCM, existe a intenção de ampliar o programa em 2014, atendendo mais bairros da Cidade.

No retorno à base, por volta das 19 horas, a equipe leva a sensação de dever cumprido e informações que ainda serão colocadas em relatórios, que por sua vez serão encaminhados ao comando da corporação e a outras secretarias e setores da Prefeitura em busca de soluções para problemas encontrados no caminho. “Segurança é um conjunto e tudo está relacionado. O objetivo é sempre o bem estar da comunidade”, concluem Alboredo e Melo em mais um dia de trabalho finalizado. 

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